Logo após o grande sucesso do álbum Close to the Edge e do álbum ao vivo, Yessongs, estava por vir o álbum que separou o verdadeiro fã, daquele que é o “fã ocasional”; foi lançado, em 1974 o álbum duplo Tales From Topographic Oceans(Contos dos Oceanos Topográficos), que continha 4 faixas (cada uma ocupando um lado inteiro do LP), todas com duração entre 19 e 23 minutos.
Muitos detestaram, outros simplesmente adoraram. Um dos que não gostaram do resultado final do álbum, foi o tecladista Rick Wakeman, que disse que passava a maior parte do tempo jogando dardos, enquanto o vocalista Jon Anderson e o guitarrista Steve Howe compunham a maior parte das músicas.
Mesmo com tantas controvérsias, o conteúdo do álbum é excelente, pois não estamos apenas ouvindo música, estamos ouvindo um conto, o conto dos oceanos topográficos. Segundo o vocalista Jon Anderson, a idéia inicial surgiu quando ele estava sozinho em seu quarto de hotel. Ele estava lendo o livro chamado “A Autobiografia de um Iogue”, escrito por Paramahansa Yoganda.
Pode-se observar que o álbum contém várias citações do livro. Os quatro sons têm a relação com os quatro movimentos nele citados.
1º Movimento(The Revealing Science of God/Dance of the Dawn): Diz a respeito de Deus, que seu conhecimento é uma busca constante e pura.
2º Movimento(The Remembering/High the Memory): Diz que não há bem material que seja mais importante que a nossa mente, que é uma fonte inesgotável de sabedoria e conhecimento. Entidades maiores te levam ao lugar mais tranqüilo e fluente de sua mente, que é o Oceano Topográfico.
3º Movimento(The Ancient/Giants Under the Sun): Diz que devemos dar valor ao que nos foi deixado. Isto inclui tesouros e culturas. São citados os povos da América-Central, da Ásia, da América do Sul e até mesmo de Atlantida. Neste som, a palavra “Sol” é pronunciada em 14 idiomas, incluindo o português.
4º Movimento(Ritual/Nous Sommes Du Soleil): Diz que na Terra, existem entidades benignas e malignas. Uma batalha é travada entre as duas, e no final, as duas se unem, e formam uma entidade neutra, para que assim fosse possível gerar o ser humano, que, durante sua passagem na Terra, jamais será totalmente puro ou impuro. A frase “Nous Sommes Du Soleil”, em português seria: “Nós Somos Do Sol”.
Como pode ser observado, o tema religioso chega a ser abordado, quando se cita o Sol no terceiro e no quarto movimento. Assim chegamos à conclusão de que isto é muito mais do que um álbum de Rock’n Roll, trata-se de uma obra prima, que nos faz refletir sobre tudo... Quem nós somos ou o porquê de estarmos aqui, etc.
É uma peça que deve ser ouvida de duas formas, uma musical, e outra racional. Não é um álbum para se colocar numa discoteca, ou como som de fundo para eventos.
É quase um livro, que deve ser lido por uma pessoa de cada vez, para que ela capte a mensagem por ele deixada.
Cheguei ao fim de mais um artigo, espero que tenham gostado. Até mais